Oi

Não vou começar pedindo desculpas, não vou começar reclamando do teu jeito que orgulhosamente você defende, ou do quanto eu estou mal com as tuas atitudes que cismam me afetar, vim aqui para desabafar, falar um pouco do que está guardado aqui dentro do peito e que você não faz a mínima idéia.

Na maioria das vezes, você pode-me ver seria, ou simplesmente rindo pela casa, ou quieta fazendo algum trabalho, não deve imaginar que ultimamente o que me dá mais vontade de fazer é chorar, talvez nem perceba que todo certo tempo no banheiro serve pra isso, ou que o tempo que eu passo digitando mensagens, saindo e permanecendo na escola seja pra cessar de alguma forma todo o choro que atualmente tende vir pra fora. Se tem algum motivo pra tanto drama assim? De certa forma, não , não tem, está tudo indo bem, muito bem mesmo, eu tenho pessoas maravilhosas do meu lado, aquelas cuja chamo de melhores amigos, Vanessa, o Lucas, na escola anda um pouco apertado por causa de vitrine, vitrine e matéria, mas esta tudo ocorrendo bem, em casa, amo de coração todos, a gente discute, mas nunca viramos as costas, sou feliz por ter tudo isso comigo, mas vamos definir felicidade:

“A felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude estão ausentes. Abrange uma gama de emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem, ainda, o significado de bem-estar espiritual ou paz interior.”

Então não há tanta felicidade assim, nunca está tudo perfeito, temos que nos acostumar com as pequenas coisas que arde no peito, a pedra do sapato. Vivo inquieta, você nem repara a quantidade de vezes que ando pela casa, inquieta, incomoda algo, incomoda muito. Eu cansei, eu cansei de discutir, isso me cansa profundamente, eu não agüento mais fazer algo, ou falar e alguém supor uma coisa, às vezes eu preciso de dez minutos, dez minutos quieta sem ninguém me dizendo o que tenho que fazer, dez minutos pra pensar, dez minutos pra ouvir meu silêncio, dez minutos pra não estourar, pra não perder a paciência que ainda tenho. Não quero te culpar, não quero me culpar, poderíamos pular a parte do de quem é realmente a culpa. Apenas converse comigo, mas converse de modo que não haja gritos, não haja muitas perguntas complicadas, converse daquele filme que um dia eu aluguei pra você e fomos assistir de noite, comendo a tua pizza favorita.

Lembra, lembra um dia que me ligou, eu estava na aula, você ligou, pois não agüentava mais, tinha algo incomodando, apenas ligou pra desabafar, falando triste no tom de voz, mas ainda sim tão autoritária, eu esqueci por completo toda e qualquer magoa, pra te falar com sinceridade que tudo ficaria bem e ficou, parei no tempo pra te olhar, eu paro o meu mundo pra preocupar-me contigo.

Mas e agora? O que você tem feito pra arrumar esse meu mundo? Não é brigar não mãe, não é gritando para me calar e achar que assim eu vou me endireitar, hoje já faz meses que o ultimo parágrafo foi escrito, paro de desabafar, pois você fala calmamente depois de horas, dias e meses, mas simplesmente não dá. Não dá para ouvir você falar que não vai adiantar meu choro, nunca chorei pra te comover, chorei por que doía, ainda dói todas essas palavras, dói tentar e não conseguir pela milésima vez, dói saber sua máxima atenção e bom humor perante alguns, mas te descrever como impaciente estourada aos meus olhos. Quer mais sinceridade? E me desculpa, pois vai doer em você, mas acho que eu nunca odiei alguém como às vezes odeio você, mas lembre do que eu sempre concordei você é sim minha mãe e mãe a gente não esquece a gente não dá as costas, podemos descontar todos nossos problemas, culpar uma a outra, mas o importante a não desistir. E vou lhe falar aqui toda a verdade, a única coisa que me machuca aqui dentro, da qual eu entendo que não é do seu feito, mas foi você mesma que me disse que entenderia que era pra contar a verdade, mas não é do seu costume a verdade e disso tu não tem culpa, mas não me culpe se machuca dentro do peito.....