“E o tempo vai passando e as
coisas mudando.” Deparei-me com essa frase que me fez pensar, pensar em todas
as situações que mudaram conforme o passar do tempo. Pessoas, relacionamentos,
meu comportamento. É realmente peculiar a rapidez com que perdemos certas
coisas. Minha mãe; incrível como não consigo mais confiar nela, com não consigo
acreditar em qualquer coisa boa que venha da sua parte, mais ainda sim sonho,
sonho com o dia em que realmente serei totalmente sincera, ao ponto de virar e
falar “hei, guarda segredo?” e fielmente acreditar na palavra dela de olhos
fechados. Não te cedo qualquer situação
prejudicial, penso e repenso, mas não me permito mais cair em total depressão
por sua causa.
Isso poderia ser compreendido
como o meu maior problema, mas
não o encaro dessa forma, ou melhor, tenho outro jeito de encarar a situação.
Tenho sim mágoa, remorso, trauma, tristeza, arrependimento, medo, dor, mas de
tudo algo me fez crescer em questões de 5 segundos levando socos naquela cama. Pensamentos
atormentados, ideias confusas. Parada cardíaca, de repente todos os momentos já
vividos passam em segundos, relembro todos aqueles acertos e principalmente os
erros, sinto como se estivesse completamente equivocada. Comparei-me centenas
de vezes com as milhares de coisas ruins existentes no mundo, pela primeira vez
me senti suja, errada, culpada. Culpada por fazerem passar por tudo aquilo que
a sociedade clama ser o incomum, e que meu coração pulsa melhor em ser, em ser
apenas aquilo que chamo de: eu. Você já se sentiu sendo caçada? Foi assim, me
sentir uma praga em meio à plantação e como solução o extermínio. Fui jogada do
precipício por aqueles que essa mesma sociedade diz ser o que sempre estão, os
que me entenderão, o porto seguro de qualquer pessoa. Então uma grande dose de
adrenalina é aplicada diretamente no coração, fazendo o sangue bombear em alta
velocidade, sobe a cabeça, aguda os instintos. Não fazia sentido nenhum me
culpar, eu sempre vivi muito bem daquele jeito, até em que parte conseguiria
tomar a dor de todos dentro de casa, o problema não estaria comigo, não havia
problema em me expressar, em responder aos pedidos de sinceridade.
“Aqui
está a verdade sobre a verdade: Ela dói. Então, nós mentimos.”
Meredith em Grey's Anatomy
Então essa era a grande verdade
da qual entenderia naquela situação, eles querem controle por isso exigem a
sinceridade, mas até onde eles aguentariam a verdade? Talvez a todo o momento meus
erros não passassem de tentativas de acertos e apesar de erros, seria meu maior
acerto. Não era justo nem certo querer culpar a parte de mim que mais tinha
orgulho, que mais me fazia feliz. Então naquele momento, então me indicaram ansiolítico,
recebi diazepam na veia, todos os músculos relaxados, toda a tensão corporal
deixou de existir, me levantei não sentindo absolutamente nada, totalmente em
choque, mas com os seguintes fatos:
1º fato: Te amo e te odeio. 2º:
Sempre será sim minha mãe, mas não sou sua por isso, na verdade nunca serei.
3º: Cansei, cresci e adeus.
Poderia explicar cada um desses
itens acima, mas deixa subentendido. Então decidi que chega, chega de me
remoer, chega de pensar, chega de tentar entender. Trago pra perto aqueles que
me fazem bem, quem não faz questão não fica e convivo com quem é necessário.
Preciso cuidar, respeitar e aproveitar tudo aquilo que lido como um presente,
mesquinho é viver como se não estivesse viva, como se tudo fosse pesado de mais
para se carregar. É voltar a reviver minha lei de vida, consertar meus medos e
inseguranças, ser melhor, ser melhor pra mim e pra quem realmente amo. Acordar
e fazer valer cada milésimos de segundos, aproveitar, me entregar, arriscar,
lutar pelo que acredito, rir, chorar, assistir um filme, beijar minha namorada,
ter orgulho ao falar namorada, escrever, tocar violão, comer, beber, dançar que
nem boba uma musica mais boba ainda, tumblr, all star, ouvir musicas tristes,
dormir, amar, viver.