sábado, 9 de junho de 2012

Survive


“E o tempo vai passando e as coisas mudando.” Deparei-me com essa frase que me fez pensar, pensar em todas as situações que mudaram conforme o passar do tempo. Pessoas, relacionamentos, meu comportamento. É realmente peculiar a rapidez com que perdemos certas coisas. Minha mãe; incrível como não consigo mais confiar nela, com não consigo acreditar em qualquer coisa boa que venha da sua parte, mais ainda sim sonho, sonho com o dia em que realmente serei totalmente sincera, ao ponto de virar e falar “hei, guarda segredo?” e fielmente acreditar na palavra dela de olhos fechados.  Não te cedo qualquer situação prejudicial, penso e repenso, mas não me permito mais cair em total depressão por sua causa.

Isso poderia ser compreendido como o meu maior problema, mas não o encaro dessa forma, ou melhor, tenho outro jeito de encarar a situação. Tenho sim mágoa, remorso, trauma, tristeza, arrependimento, medo, dor, mas de tudo algo me fez crescer em questões de 5 segundos levando socos naquela cama. Pensamentos atormentados, ideias confusas. Parada cardíaca, de repente todos os momentos já vividos passam em segundos, relembro todos aqueles acertos e principalmente os erros, sinto como se estivesse completamente equivocada. Comparei-me centenas de vezes com as milhares de coisas ruins existentes no mundo, pela primeira vez me senti suja, errada, culpada. Culpada por fazerem passar por tudo aquilo que a sociedade clama ser o incomum, e que meu coração pulsa melhor em ser, em ser apenas aquilo que chamo de: eu. Você já se sentiu sendo caçada? Foi assim, me sentir uma praga em meio à plantação e como solução o extermínio. Fui jogada do precipício por aqueles que essa mesma sociedade diz ser o que sempre estão, os que me entenderão, o porto seguro de qualquer pessoa. Então uma grande dose de adrenalina é aplicada diretamente no coração, fazendo o sangue bombear em alta velocidade, sobe a cabeça, aguda os instintos. Não fazia sentido nenhum me culpar, eu sempre vivi muito bem daquele jeito, até em que parte conseguiria tomar a dor de todos dentro de casa, o problema não estaria comigo, não havia problema em me expressar, em responder aos pedidos de sinceridade.    
    
                 “Aqui está a verdade sobre a verdade: Ela dói. Então, nós mentimos.”
Meredith em Grey's Anatomy

Então essa era a grande verdade da qual entenderia naquela situação, eles querem controle por isso exigem a sinceridade, mas até onde eles aguentariam a verdade? Talvez a todo o momento meus erros não passassem de tentativas de acertos e apesar de erros, seria meu maior acerto. Não era justo nem certo querer culpar a parte de mim que mais tinha orgulho, que mais me fazia feliz. Então naquele momento, então me indicaram ansiolítico, recebi diazepam na veia, todos os músculos relaxados, toda a tensão corporal deixou de existir, me levantei não sentindo absolutamente nada, totalmente em choque, mas com os seguintes fatos:

1º fato: Te amo e te odeio. 2º: Sempre será sim minha mãe, mas não sou sua por isso, na verdade nunca serei. 3º: Cansei, cresci e adeus.

Poderia explicar cada um desses itens acima, mas deixa subentendido. Então decidi que chega, chega de me remoer, chega de pensar, chega de tentar entender. Trago pra perto aqueles que me fazem bem, quem não faz questão não fica e convivo com quem é necessário. Preciso cuidar, respeitar e aproveitar tudo aquilo que lido como um presente, mesquinho é viver como se não estivesse viva, como se tudo fosse pesado de mais para se carregar. É voltar a reviver minha lei de vida, consertar meus medos e inseguranças, ser melhor, ser melhor pra mim e pra quem realmente amo. Acordar e fazer valer cada milésimos de segundos, aproveitar, me entregar, arriscar, lutar pelo que acredito, rir, chorar, assistir um filme, beijar minha namorada, ter orgulho ao falar namorada, escrever, tocar violão, comer, beber, dançar que nem boba uma musica mais boba ainda, tumblr, all star, ouvir musicas tristes, dormir, amar, viver.


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